19 setembro 2008

Traição

A traição consuma-se. O Código dos patrões para os trabalhadores vai ser aprovado pela bancada do PS, este mês ou no próximo. E assim este cumpre mais uma vez a sua missão histórica, de satisfazer todos os interesses e desejos dos capitalistas e monopolistas, nacionais e internacionais, atacando as conquistas e direitos do povo português, em especial os trabalhadores.
Coadjuvado pela UGT, organização anti-sindical criada para dividir o sindicalismo português e para ocupar um lugar na concertação social, cinicamente, em nome dos trabalhadores, põe agora em prática as ambições do patronato que o governo do PSD/CDS-PP não conseguiu concretizar no Código de 2003. Nessa altura, também devido á oposição deste mesmo PS.
A traição é tanto maior quanto o número de trabalhadores que votaram no PS, atendendo às promessas eleitorais, que prometiam revogar as normas mais gravosas do Código de Bagão Félix. Uma lei laboral, já de si prejudicial para os trabalhadores, elaborada pela direita mais reaccionária, consegue agora ser revista para pior por um governo e partido ditos socialistas.
E é ainda mais revoltante por ser aprovada por um partido ao serviço do Capitalismo, nacional e internacional, que ostenta o nome de Socialista. É uma afronta para a memória de milhares ou milhões de pessoas que morreram a lutar pelo socialismo ou para os verdadeiros socialistas de hoje, que lutaram e lutam precisamente pelo contrário daquilo que pratica este governo e partido, ditos socialistas.
Os povos já provaram inúmeras vezes ao longo da História que conseguem ter a lucidez e força para impedir os retrocessos sociais que as classes dominantes pretendem impor. O povo português já o provou. Neste momento é imperioso que os trabalhadores portugueses tomem consciência do ataque de que estão sendo vítimas e tenham a lucidez e força para impedir.
A caducidade de TODAS as convenções colectivas de trabalho, a desregulamentação de horários, o fim das “horas” extraordinárias, o reforço do poder discricionário do patronato, o ataque aos direitos e liberdade sindical e outros aspectos deste Código levariam as relações laborais em Portugal direitinhas para o início do século XX. Depois de todas as transformações e conquistas conseguidas no século passado, á custa de sacrifícios indizíveis e milhões de mortos seria, além de uma tragédia para o progresso social, uma desonra para a nossa geração.
Não podemos aceitar que um bando de incompetentes mentirosos e vaidosos, ao serviço da reacção social, venha reverter aquilo que foi alcançado com tanto sacrifício.

A Luta (vai ser difícil, mas) continua!

2 comentários:

Anónimo disse...

Crixus
Este código do trabalho é o garrote para os trabalhadores à entrada das empresas!
25 de Abril sempre!
Fascismo nunca mais!
Até lá

Fernando Samuel disse...

O essencial é que... a Luta Continua - certamente mais difícil, mas Continua!

Abraço.