18 setembro 2008

O socialismo é o caminho

Não será novidade para ninguém que o sistema económico capitalista está em crise. As falências de multinacionais financeiras sucedem-se, o imperialismo já não consegue como dantes ditar as leis conforme pretende, e mesmo as camadas sociais menos conscientes se apercebem como são, diariamente, exploradas.
Contudo esta não é uma crise nova ou conjuntural. Pelas contradições que geram no seu interior, a crise é característica inseparável de qualquer sistema económico baseado na exploração de uma classe por outra. Deste modo, mesmo nos anos áureos do neo-liberalismo, nas décadas de 80 e 90, o capitalismo encontrava-se em crise. E mesmo que venha a recuperar, em crise continuará.
Os fanáticos do neo-liberalismo, incluindo os que dizem não ser liberais, andam desvairados em busca de justificações e causas para a crise, andando sempre em círculos à volta da realidade, mas sem nunca olharem para ela. Invariavelmente acabam por usar o dogma fantasioso e místico de Adam Smith da “mão invisível”, fazendo pequenos ajustes, conforme os interesses. Deste modo, tudo resulta de uma mecânica “natural” da economia, do funcionamento do mercado e outros eloquentes dogmas liberais. Alguns, em desespero certamente, afirmam mesmo que a crise é benéfica porque acabará por fortalecer as economias. Esta sim, uma ideologia utópica, dogmática e desfasada da realidade.
O capitalismo apresentou, no século XX, três modelos diferentes entre si, mas que na prática têm o mesmo objectivo, a perpetuação da exploração do Homem pelo Homem. O modelo social-democrata demonstrou que pode eficazmente atingir este objectivo, promovendo o divisionismo no interior do movimento dos trabalhadores, criando sistemas sociais que minimizem os conflitos de classe ou cedendo, temporária e parcialmente, às reivindicações dos trabalhadores. A versão terrorista do capitalismo, sem dúvida a mais repugnante e odiosa, o fascismo, provou que pode também, através da criação de um Estado terrorista, da promoção da guerra, da opressão e repressão de todo o tipo de progresso social, defender os interesses do capital, contra os dos trabalhadores.
Por sua vez o Liberalismo, clássico ou recauchutado, provou ser uma versão utópica do capitalismo, o Eden dos capitalistas. De facto, abandonar tudo às leis do mercado, onde tudo tem preço, mas nada tem valor, seria o modelo mais benéfico para os capitalistas. Assistimos no nosso tempo a aberrações como a mercantilização de valores como as relações sociais, a cultura e mesmo o afecto ou amor, deixando as necessidades de todos à mercê da ganância de alguns. Como pode o capitalista aceitar que a saúde, educação, segurança social, áreas que tanto rendimento poderiam dar, não estejam á sua disposição, efectivando assim a sua liberdade (para explorar, claro)? A ganância faz com que se cometam todo o tipo de atitudes, por mais contrárias que sejam aos interesses da comunidade, originando injustiças insustentáveis. Aí a solução é emendar alguns erros, para logo os voltar a cometer, através da social-democracia ou a repressão e guerra com o capitalismo terrorista.
Os candidatos á Casa Branca parecem representar, cada um, estas soluções. Obama propõe que se emendem alguns erros e adoptem alguns paliativos, para que assim que seja possível se volte ao mesmo capitalismo selvagem. Mccain propõe a guerra, seja com quem for, o terrorismo imperialista, a fome, o agravamento da exploração dos países em desenvolvimento, para resolver a crise nos países “desenvolvidos”.
Nenhuma destas é a solução de que necessitam os povos de todo o Mundo. Bem pelo contrário. Os comunistas devem, neste momento assumir o seu papel de vanguarda da classe operária e de todos os trabalhadores, assim como de outras camadas ou povos explorados ou vítimas de opressão económica, demonstrando que existe um caminho, mas o do Socialismo, que de resto é tão bem descrito pelo Cantigueiro aqui.

2 comentários:

Fernando Samuel disse...

Bom post.

Um abraço.

Anónimo disse...

Crixus
Nós sabemos que é assim, falta só esclarecer, é preciso acordar as consciências!
Abraço